tag:blogger.com,1999:blog-44731789325131677542024-03-05T14:09:25.265-08:00Head Of The AurochUm blog de crônicas pessoais, movido a:
1- Autenticidade
2- Qualidade
3- QuantidadeVictor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.comBlogger12125tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-49888180870661922992010-09-24T14:08:00.000-07:002010-09-24T14:18:41.418-07:00The rainy springSão quatro horas da tarde de uma sexta feira que marca o final de uma semana extremamente cansativa e estressante. Mais nenhuma tarefa a ser feita para um futuro próximo. Ele se deita, buscando repor as energias gastas. Buscando obter o inocente e sublime prazer de atender às necessidades de seu corpo.<br /><br />Imerso no aconchegante silêncio de seu quarto, marcado apenas pelos pingos da chuva que cai lá fora, ele fecha os olhos e tenta encontrar seu momento de paz. Mas o silêncio o leva a um turbulento encontro com si próprio. Horas martirizantes de sedentarismo, que se mostram cada vez mais inférteis. Um sonho, antigo e gigantesco, que marca os comos e porquês de cada um de seus passos. Lembranças. Antigas namoradas, antigos amigos. Deveria tê-los tratado diferente? Anseios, desejos. Ele poderia apostar sua vida que ela um dia será sua. Mas hoje não é esse dia. Dá de ombros e resolve tentar dar tempo ao tempo.<br /><br />Mas começa a prestar atenção nas batidas de seu coração. <br /><br />Menos uma, menos duas, menos três. Quantas ainda lhe restarão? E se lhe restarem centenas de milhões? O quanto ele conseguirá fazer valer cada uma delas? O ligeiro desespero, que o acomete toda vez que percebe a fragilidade de sua própria existência, logo passa. A existência é frágil mesmo. É sim. E não tem que ter sentido ou peso algum. Mas ele quer que a sua tenha peso, relevância. Os maiores possível!<br /><br />Se não para o mundo, ao menos para ele mesmo.<br /><br />O desespero manso que havia arrefecido agora volta, sufocante, fulminante. Ele tem o peso de sua própria vida em suas mãos. Ele tem cada batida de seu coração como que dependendo de seu aval, de sua assinatura, para se tornar um pequeno episódio em uma vida humana, ou permanecer como apenas mais algumas frações de segundo em uma esquálida sobrevida. Dialoga com a última batida, perdida aí em algum lugar do futuro. Ele pode acovardar-se e morrer desde já, tornando-a apenas mais uma. Mas inquieta-se ao constatar que tem o poder de fazê-la ter remorso por ser a última.<br /><br />De fazer a sua própria morte arrepender-se de ser a sua morte.<br /><br />Mas e o mundo? E a dor? E os riscos, o ridículo, os outros, as críticas? E a sua cara no espelho todos os dias? Quantas vezes já não teria dito “que se dane!” para si mesmo, para seu orgulho e seus medos, contradizendo-se imediatamente após botar os pés para fora da zona de conforto? Quantas batidas já não teria desperdiçado assim? Ri-se. Viver é difícil quando se tem a si próprio no caminho. Viver é difícil porque se tem a si próprio no caminho. Sentado, confortável. Conformado. Fingindo aprender ao observar a vida passar, só para ter pretextos para não ter que agir.<br /><br />E como prosseguir sem proferir mais um “que se dane!” em vão? Talvez pela primeira vez na vida, lembra-se, com saudades, da infância. Aquela inocência toda não era tão ruim, afinal de contas. Sua criatividade não tinha limites. Não tinha compromisso algum para com a realidade. Não tinha nenhum “que se dane!” para dizer a si próprio. Construiria mundos inteiros, se tivesse a chance, mas não tinha as mãos que o permitiriam fazê-lo. E agora se dava conta que, pelos últimos anos, andara tentando obtê-las ao custo de sua própria essência. Um câmbio morto, como se tentasse trocar a música pelo som. Um livro pelas palavras<br />Folhas em branco por todo o conteúdo que as borra e preenche.<br /><br />Sem ter conseguido dormir, pula da cama num estalo de excitação. O som de seu coração o compele a sair e viver. Encarando-se no espelho, hesita antes de balbuciar as palavras de desprezo por seus medos e fraquezas. Procura pelo brilho imaginativo que tanto havia marcado seu olhar anos antes. Pergunta-lhe o que fazer.<br /><br />Em recebendo respostas pouco condizentes com a realidade, sai satisfeito para a rua.<br /><br />Tem um sorriso sutil no rosto. E não deve mais nada às batidas de seu coração.Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-28716792675952393822010-06-20T20:14:00.000-07:002010-06-20T20:20:40.038-07:00São sempre as mesmas canções<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidHKwgYstzXmKN-1Eey1WFccitQBJC0IhfvKzy_4XBeUI5EK5QX4n_SwQc3sYsWHML-bIOfHecpBZDMDge6ExIg-Fs_9R4w8MCiPl_mYsF0RgkY5X5lW9cVWJ2V4o1Hx2PDyGOzIfT29bE/s1600/Gramado+em+foco+2.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidHKwgYstzXmKN-1Eey1WFccitQBJC0IhfvKzy_4XBeUI5EK5QX4n_SwQc3sYsWHML-bIOfHecpBZDMDge6ExIg-Fs_9R4w8MCiPl_mYsF0RgkY5X5lW9cVWJ2V4o1Hx2PDyGOzIfT29bE/s320/Gramado+em+foco+2.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5485061581239267042" /></a><br />Os acordes são sempre os mesmos. As palavras são sempre as mesmas. São sempre as mesmas canções. Desesperadoramente incompletas. E dia após dia você se olha no espelho. Ingenuamente, você espera ver ali uma saída. “Ridículo”, pensa, depois de alguns minutos de observação estéril. É óbvio que não encontrará nada. Não encontra. E sai. Ou ao menos é o que desejaria fazer.<br /><br />Anda pelas ruas bufando e rosnando. E quanto mais o faz, mais sente raiva de si. Cada novo olhar trocado com a realidade é pretexto para que você se enclausure mais. Cada um que passa ao seu lado é motivo para que você finja que não passa ninguém. A irritação, contraditória, te cerca sem que você possa fazer menção de tentar sair. O ciclo é de vício e desespero.<br /><br />O grito nunca soa.<br /><br />A sensação é a de que o ser curioso e fascinado que havia dentro de você morreu. E tudo te incomoda. Nada mais quer te provocar paixão. A vontade é a de expor para todo o mundo a dor da sua perda. Mas mesmo o choro parece se recusar a sair. Mesmo isso parece querer se esconder de você, enquanto você tenta despejar alguma coisa, qualquer coisa, sobre o mundo ao seu redor.<br /><br />Então você se anula.<br /><br />Continua seu dia como se nada tivesse acontecido. Finge não querer dizer nada. Quer dizer tudo, mas não tem palavras. Faz o jogo da sua fraqueza e tenta escondê-la, ocultando sua existência. É óbvio que não consegue. E fica claro que isso de nada vale. <br /><br />Só o que você quer é ter algum peso. Fazer alguma diferença. Chamar alguma atenção. Você quer achar sua voz, e continua buscando-a incessantemente.<br /><br />Mas os acordes são sempre os mesmos. As palavras são sempre as mesmas. São sempre as mesmas canções.<br /><br />E a incompletude é o tom da realidade.Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-88052242185301989122010-06-12T14:00:00.001-07:002010-06-12T14:00:40.855-07:00Sobre homens e fluidezA frieza e o excesso de preocupações rondam sua cabeça. Você, acostumado com o tom cinzento que o mundo adquiriu ultimamente, permanece em sua rota, impassível, inabalável: em piloto automático. Finge não ligar para isso, mas, lá no fundo, para si mesmo, nunca nega o quanto se incomoda. “A realidade não é colorida”, repete, em frente ao espelho, como se fosse um mantra. A sua realidade não é colorida. <br /><br />Até que ela aparece.<br /><br />Sutil, graciosa. Ao final de mais um dia de tédio e cansaço. Como se não quisesse nada, ela surge em seu caminho. Dissimulada. Penetra seus sentidos, arrebata toda a sua atenção. Sentimentos novos. Seu corpo vibra de uma forma diferente. O mínimo que ela lhe diz se torna porta de entrada para um novo universo a ser descoberto. Um novo oceano. Escuro, misterioso, ainda frio. O mar de incerteza dá a nova cor ao seu mundo. O cinza, morto, se apaga. Você, agora, é movido quase que irracionalmente por uma curiosidade incontrolável. Uma vontade infinita de saber o que há além. Se há algo além.<br /><br />Possessivo, mesmo desconhecendo-a quase que por completo, você garante tê-la sempre a seu alcance. Quer explorá-la a cada nova oportunidade. Tenta seduzir. Não sabe por onde começar. Quer entender, ainda que saiba que é a falta de compreensão que o move. Você insiste. Ela só te conta o que quer contar. Pouco a pouco. Uma palavra por dia. E é o mistério constante que sempre o leva de volta.<br /><br />A cada novo toque, as sensações se repetem. Novas surgem. A cada novo toque, você, sonhador, imagina um futuro. O ‘nós’ passa a existir. Torna-se relação de simbiose. A doce fragilidade dela te encanta. A fluidez dela te encanta. Conforme a descobre, mais e mais, você a envolve. A traz para a realidade. E se dá conta de que nunca encontrará sentido nela.<br /><br />Ela não tem que fazer sentido.<br /><br />Mas você só percebe isso quando ela já se tornou o seu.Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-55653466644891118182010-05-23T16:59:00.000-07:002010-05-23T17:04:51.021-07:00O ceticismo que vê alémA humanidade passa, hoje, por um período de transição no modo de enxergar a si própria e ao mundo em que vive. Com as ciências naturais atingindo níveis de desenvolvimento outrora inimagináveis, aproxima-se cada vez mais de respostas objetivas e categóricas às velhas perguntas: “o que somos?”, “de onde viemos?”, “para onde vamos?”. Por outro lado, constantemente associadas a episódios e fatos trágicos, e a cada dia mais presas a suas armadilhas de incoerência e improbabilidade, as crenças místicas e religiosas apresentam-se em franco processo de decadência. Fato é que nunca antes os céticos, os cartesianos e os agnósticos dispuseram de tanto espaço para expor e argumentar a favor de suas idéias.<br /><br />A última Festa de Literatura Internacional de Paraty, ocorrida em julho de 2009, teve, entre seus destaques, o biólogo queniano Richard Dawkins. Mundialmente reconhecido como um dos maiores defensores da teoria da seleção natural de Charles Darwin, Dawkins foi responsável por significativos progressos na mesma ao longo do século XX. Sua participação na Flip, no entanto, nada teve a ver com biologia. Os holofotes se voltaram para o autor por conta do lançamento, em 2006, de Deus, um delírio, obra que rapidamente se tornou um best-seller, por apresentar, de forma leve e até sarcástica, argumentação sistemática e precisa contra a existência de religiões.<br /><br />Livre do estereótipo de velho comunista e rabugento, constantemente associado àqueles que se declaram ateus ou agnósticos, Dawkins apresenta, paralelamente à sua desconstrução da suposta necessidade humana por crenças místicas, uma visão que pode ser considerada bastante otimista sobre o potencial do homem. E eis aí o ponto crucial da ampla divulgação de idéias como as do biólogo: nos dias em que vivemos, o ceticismo e a racionalidade não estão mais necessariamente associados ao pessimismo e à falta de esperança para com o destino da humanidade.<br /><br />Já é razoável, hoje, que se pense que o progresso humano não mais depende de crenças espirituais e de religiões. Seria, hipocrisia, é claro, negar sua importância para a história da humanidade. Mas os tempos são outros. As questões que a religião sempre se propôs a responder agora se mostram próximas, ou ao menos a caminho, de ser desvendadas. Pela ciência. Sem mistérios, dogmas anacrônicos ou dízimo. Não seria, então, razoável pensar que a religião acabou por tornar-se inútil? Uma ferramenta obsoleta, que hoje só traz males à sociedade? Até onde se pretende chegar com uma fé cega e de fundamentação duvidosa, posto que já temos meios através dos quais enxergar, racionalmente, os caminhos para nosso progresso e desenvolvimento, moral e material?<br /><br />Muitos poderiam argumentar que a religião costuma representar, para seus seguidores, uma fonte de conforto espiritual, ou mesmo um motivo fundamental para que mantenham-se moralmente íntegros. Ora, não estariam esses argumentos impregnados de imaturidade e irresponsabilidade quase infantis? Não denotariam eles um verdadeiro pavor, que boa parcela da humanidade ainda conserva, de encarar a realidade de olhos abertos? É muito fácil apegar-se a aquilo que, por definição, não admite tentativas de explicação ou questionamentos. E dizer “temos de ser bons, pois Deus nos está observando, e queremos todos ir para o céu”. Difícil é pensar e tentar chegar a fundamentos verdadeiramente sólidos para aquilo que se pensa ou faz. Mas o fato é que o homem do século XXI já é crescido o suficiente para encarar esse desafio, e tentar ser bom, ou meramente útil aos demais, por conta própria. A existência de pensadores como Dawkins, e de inúmeros outros como ele, prova isso.<br /><br />Não é necessário entrar no mérito da discussão sobre a existência ou não de Deus, de espíritos ou de orixás. O verdadeiro cerne da questão é o tratamento intelectual que se dá a essas possibilidades. Por que continuar a se apegar a crenças improváveis, de ares mitológicos, quando se pode dar sentido concretamente embasado aos atos humanos? Já passou da hora de a espécie que se julga soberana nesse planeta assumir a responsabilidade por aquilo que faz, e deixar de jogar tudo sobre os ombros de seus amigos imaginários. O século vigente é o XXI, e já está mais do que provado que o ceticismo não é uma visão de mundo limitadora, nem uma exclusividade dos amargos e desesperançosos. É, sim, uma verdadeira ferramenta, através da qual se pode questionar e evoluir de forma saudável. Através da qual é possível ir além do que se pode imaginar, dentro dos ordinários limites da realidade.Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-60876444049622582462010-04-09T19:36:00.001-07:002010-04-09T19:36:42.976-07:00Um insight de sexta feira a noiteAcho que eu cheguei a uma resposta satisfatória para aquela velha pergunta: “o que é ser feliz?”. Tenho pensado muito a respeito. Tenho vivido muito a respeito. Talvez não tanto e como eu gostaria. Mas acho que a resposta está justamente aí. Felicidade, eu acho, não é sinônimo de plenitude, nem de realização completa e eterna. A minha última semana foi tediosa, cansativa, improdutiva, levemente irritante, meio frustrante. E a conclusão que eu tirei dela é que eu sou um cara feliz. E por que?<br /><br />Os últimos meses da minha vida foram, como quaisquer últimos meses de qualquer vida, de altos e baixos. Mais altos do que baixos, é verdade. Contudo, semanas como a que eu acabo de passar nunca deixaram de dar as caras, com suas pontadas de frustração e melancolia. Mas uma coisa mudou em relação a um, dois anos atrás. Eu me conheço melhor. Sei de quem se trata quando me olho no espelho. Tenho ao menos uma noção do que vai acontecer a cada movimento meu. Tenho alguma idéia da opinião que os outros têm a meu respeito, mas isso não importa: eu tenho uma opinião formada a meu respeito.<br /><br />E aí? Minha opinião é de que eu sou absolutamente completo e de que não preciso de mais nada nem ninguém? Absolutamente não, ponto. É justamente o oposto disso que fundamenta o simples fato de eu estar escrevendo esse texto. Eu reconheço a minha incompletude, eu a conheço. Talvez não tenha consciência absoluta de cada um dos meus defeitos e faltas, mas tenho uma noção dos caminhos que minha mente percorre. Por outro lado, poderia começar a enumerar aqui tudo aquilo que eu acho que tenho de bom. Minhas características físicas que me satisfazem, meus talentos, meus traços de personalidade que me fazem pensar que sou um cara legal ou minimamente agradável. E a conclusão disso seria? Nenhuma. Geraria satisfação momentânea, efêmera. Saber o que tenho de bom não seria, em absoluto, suficiente para me fazer feliz.<br /><br />O fato é que conhecer minhas características como ser humano, ou ao menos boa parte delas, permitiu-me encontrar uma porta velha e enferrujada, normalmente esquecida pela maioria das pessoas. Atrás dela, nenhum pote de ouro ou qualquer coisa parecida. Mas, pura e simplesmente, um caminho adequado para a minha vida. Compatível com quem eu sou. A felicidade, afinal, é isso. Saber quem você é e aprender a viver de acordo com isso. Parece tão babaca, banal. E nesse exato momento estou sentindo um certo desprezo pelo tom de auto-ajuda que esse texto adquiriu. Mas é simples. É rústico. Sem potes de ouro no fim do arco-íris.<br /><br />Eu sou adepto de um modo absolutamente realista e racional de ver o mundo e a mim mesmo. Nos últimos anos, tornei-me ferrenho defensor da ótica sob a qual a vida humana é vista, pura e simplesmente, como uma conseqüência efêmera das leis da natureza. Não há propósito, razão ou um grande arquiteto por trás de tudo. Não há universo algum conspirando a seu favor. Há a natureza. Ponto. E eu e você somos frações infinitesimais dela. É nisso que eu acredito.<br /><br />Mas o curioso disso tudo é que passei minha adolescência inteira acreditando em contos de fadas. Fazia questão de acreditar que tudo tinha um porquê. Por diversas vezes, procurei ‘ajuda espiritual’ para tentar me conhecer melhor. Queria soluções mágicas. Queria ser feliz, me livrar dos meus defeitos. Queria ser alegre em tempo integral. Nunca consegui. E só fui encontrar aquilo que passei a considerar felicidade verdadeira quando larguei esse tipo de crença, alienante e limitadora.<br /><br />Então, estou assumindo que felicidade não é, em absoluto, sinônimo de alegria. Alegria é estado de espírito, absolutamente efêmero, e muitas vezes gerado por uma vida vivida de forma feliz, com autoconhecimento. Mas o grande lance é que, quando se é verdadeiramente feliz, se é feliz mesmo na fossa. A felicidade é um caminho, não um objetivo. Quando chega a momentos difíceis, tediosos, estressantes, pouco empolgantes, aquele que é verdadeiramente feliz saberá ultrapassar aquilo, saberá que aquilo será importante para o seu desenvolvimento, mas, acima de tudo, saberá que aquele momento de aparente infelicidade é tão momentâneo e efêmero quanto os momentos de alegria que passaram e que virão.Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-90191855251957645292009-09-21T17:21:00.000-07:002009-09-21T17:31:29.573-07:00A vida lá fora, pt. I: Luz ceganteEle se escondeu nas sombras até não suportar mais a escuridão. Medo. Medo do claro. Medo da luz. Medo da cegueira que ela poderia lhe causar. Mas lá, além do escuro, além da parede, através da fresta sob a porta, ele ouvia a vida, respirando lentamente. Estava em coma, imersa na luz cegante, esperando pela hora de acordar. E num lapso de loucura ele se ergueu. <br /><br />Movendo-se com desenvoltura pela escuridão que lhe era tão nítida, dirigiu-se à porta. E quando a simples perspectiva de abri-la estendeu-se à sua frente, suas mãos começaram a tremer, o coração acelerou. Desesperado de excitação, ele se viu dividido. Dividido entre a sede de conhecer o que o aguardava além e a vontade de permanecer para sempre no escuro, em segurança e comodidade mórbidas. Chorou. Tantas vezes aquelas paredes o haviam protegido e confortado, e agora ele as abandonava. Por dentro, ele sabia que agora as desprezava. Sabia que estavam envelhecendo, e que um dia elas ruiriam. E não queria estar lá para ver.<br /><br />"Não importa, não importa", pensou. E num ímpeto, abriu a porta pesada e barulhenta, e a luz finalmente entrou. Invadiu seus olhos, que se fecharam, o cegou. Ele se ajoelhou, chorando alto, arrependido de ter feito aquilo. Chorou como chora de remorso um suicida, e só se acalmou quando começou a lentamente perceber que seus soluços agora se harmonizavam com uma respiração vigorosa, que antes era distante, vinha de fora, mas que agora se aproximava cada vez mais de seu âmago.Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-42574795443723213522009-08-18T12:58:00.000-07:002009-08-20T19:56:32.307-07:00Mó Num Patropí. E daí?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.delfos.jor.br/comuns/imagensDB/conteudos/imagem_interna_4499.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 283px; height: 270px;" src="http://www.delfos.jor.br/comuns/imagensDB/conteudos/imagem_interna_4499.jpg" alt="" border="0" /></a><br />O povo brasileiro não prima por ser nacionalista. Acostumados com o excesso de autocríticas completamente destrutivas e, silenciosamente, cada vez mais feridos pelo complexo de vira-latas, os brasileiros raramente cultivam o hábito de se orgulhar de seu país.<br /><br />É nesse momento que o leitor mais revoltado se exalta e diz: “Ora! Mas do que é que devo me orgulhar? Como posso me sentir orgulhoso de um país no qual o Estado abandona os cidadãos, obrigando os ricos a recorrerem ao sistema privado e, pior, os pobres a recorrerem ao crime?”. E eu respondo: não peço que você se orgulhe, pois também não o faço.<br /><br />No entanto, não é estranho pensar que, durante a Copa do Mundo, todos pareçam se tornar “brasileiros com muito orgulho e muito amor”? Não é estranho que, quando se fala em internacionalizar o território amazônico, muitos brasileiros batam no peito e digam que “a Amazônia é nossa!”, com aquela cara de Goku Super Sayajin (sorrindo com a testa franzida, como quem diz “eu estou sendo severo, mas estou fazendo a coisa certa!”)?<br /><br />Se você é brasileiro e não é um vegetal, certamente já presenciou situações desse tipo. Agora, pare e pense. Qual é o sentido desse tipo de orgulho? O Brasil pode ter uma natureza exuberante, sendo inclusive um destaque mundial nesse aspecto. Mas isso é um mero acaso territorial!<br /><br />Eu não me sinto orgulhoso por ter nascido e viver no mesmo país que abriga a maior parte do território amazônico. Especialmente porque o Brasil não sabe cuidar daquilo que tem. É, na verdade, um grande motivo de vergonha que tenhamos a Amazônia e a tratemos tão mal.<br /><br />O mesmo vale para o futebol. Por que eu devo me orgulhar da seleção brasileira? Eu não tenho nenhum mérito pelo fato de o Robinho, o Ronaldinho, o Zezinho ou o Luisinho, outrora meninos pobres e talentosos, terem sido descobertos por fulanos que os levaram para grandes clubes, dando início a carreiras que culminaram com participações em Copas do Mundo. O país não tem nenhum mérito por isso.<br /><br />O mais revoltante de tudo é que exemplos como a floresta amazônica e o talento futebolístico de nossos jogadores são provas, em minha opinião, do enorme potencial que o Brasil abriga em suas entranhas, ao mesmo tempo que provam que o país não sabe aproveitá-lo.<br /><br />Quando falo sobre tal potencial tupiniquim mal aproveitado, gosto de tomar, como ponto de comparação, o Japão. Trata-se de um país de proporções minúsculas e, no entanto, com uma população de tamanho próximo ao da brasileira. Obviamente, o espaço que pode ser dedicado à agricultura é mínimo. O Japão é, ainda, marcado por algumas regiões sujeitas a condições climáticas extremas, vulcões em atividade e ocorrência diária de terremotos. Como se isso não bastasse, seu território foi castigado, durante a 2ª Guerra Mundial, por bombardeios norte-americanos, dos quais as bombas atômicas foram apenas uma parte e, pasme, não foi a maior.<br /><br />Hoje, no entanto, esse país tão maltratado pela natureza e por sua própria história, é a segunda maior economia do mundo, e tem alguns dos melhores indicadores socioeconômicos. Quando falam sobre a reconstrução japonesa no pós-guerra, historiadores chamam o período de “Milagre Japonês”. Os japoneses se ofendem com tal terminologia, e orgulhosamente dizem que “não houve milagre, mas trabalho”.<br /><br />A diferença entre o orgulho japonês e o brasileiro é o simples fato de os japoneses parecerem ter, e de fato terem, um motivo muito sólido para se orgulharem de seu país. Em uma comparação, o orgulho brasileiro parece forçado, parece uma manifestação mista de desespero e ignorância, de um povo que não sabe de que se orgulhar e que procura por uma identidade.<br /><br />O brasileiro, se quiser realmente obter algo de que se orgulhar, precisa começar a fazer autocríticas mais construtivas, precisa aprender a cobrar mais de seu Estado, de seus compatriotas e de si mesmo em prol do país. Caso contrário, seremos o eterno “país do futuro”, com um enorme potencial mal aproveitado. Isto é, até que o mau aproveitamento seja tamanho que faça com que nossos intermináveis recursos se esgotem, e a famosa canção tenha de ser mudada para “Eu morava num país tropical”.<br /><br /><span style="font-style: italic;">Esse texto foi originalmente publicado no site jornalístico<a href="http://www.delfos.jor.br/conteudos/index_interna.php?id=4499&id_secao=6&id_subsecao=19"> Delfos</a>. </span>Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-45619895120907540252009-07-31T22:23:00.000-07:002009-07-31T23:34:29.317-07:00Uma noite agradável<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6K-iVlm1insCtyrfzp3S31ZqgCOq1B4HnRg_a6CTqb3ch4Ft1BqdXtVo2p7k3MHX-ed4r9KhVJdbhGcqq0mfFlkSDgRk0dMkoianWL8rXDOwfSMjjN-HIpIhoyDh-Duj8-z6jf80z76rM/s1600-h/crescent_moon_apo.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 236px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6K-iVlm1insCtyrfzp3S31ZqgCOq1B4HnRg_a6CTqb3ch4Ft1BqdXtVo2p7k3MHX-ed4r9KhVJdbhGcqq0mfFlkSDgRk0dMkoianWL8rXDOwfSMjjN-HIpIhoyDh-Duj8-z6jf80z76rM/s320/crescent_moon_apo.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364879017830703682" /></a><br /><br />Churrasco com os amigos. Na sua casa. Acordar cedo, ir ao mercado, comprar o material, carregar peso, temperar o frango (e você só aprendeu a fazê-lo porque aquela moça especial não come carne vermelha), preparar a vinagrete. Já são 13h30, e o churrasco está marcado para as 14h. Corra, corra. Carregar a mesa até o quintal, prepará-la, separar pratos e copos. 14h. Trilha sonora escolhida a dedo. AC/DC já rola solto. Churrasqueira forrada com jornal, o carvão em seguida, o álcool. Vush! O fogo! Lingüiças, um bife. E a campainha. Pessoas, pessoas e mais pessoas. Sorrisos. Você quer que elas estejam lá. Barulho. E você não pára. Enquanto prepara e serve a carne, seus amigos lhe provocam risadas e exclamações de saudades daqueles distantes tempos de colégio. Entre uma virada na alcatra e um corte na lingüiça, um gole de cerveja aqui e ali. As garotas chegam. Um beijo, e outro, e outro. E conforme as horas passam, você se dá conta do quão maravilhoso é ter todas aquelas coisas e pessoas ao seu redor.<br /><br />A tarde mingua. Alguns vão para dentro de casa. O violão, ah, o inevitável violão, aparece. Amontoados no sofá da sala, entoam In This River, Watching Over Me, Believe. As mesmas de sempre, mas você não se importa. Ama. Enquanto a churrasqueira esfria, os ânimos parecem fazer o mesmo. Uma decide embora, e outra, e outro. Hora de recolher a bagunça. Pratos sujos aqui, limpos ali, a mesa, as cervejas fechadas. Tudo jogado na área de serviço. Amanhã você dá um jeito. Quer voltar logo para o sofá e aproveitar as últimas gotas daquele dia. "Chama um táxi pra gente?". Droga. Contra a sua vontade, você o faz, e a festa que já havia se tornado reunião agora se encaminhava para uma mera visita entre amigos. Mais um beijo. Chega o táxi. "Nos vemos no domingo". Com um estampido o portão se fecha. De volta à sala, restam dois. "Somos só nós agora. Vamos conversar lá no quarto". E vão. Enquanto um toca a sua guitarra, outro lê um livro, e você se divide entre seu video game e a internet, com a qual não se encontrava havia longas 22 horas. Um telefonema. "Pra você, cara". "Estamos indo". Você os leva até o portão, leva o lixo para fora, solta o cachorro. E agora são só você e a noite.<br /><br />Sua família já foi dormir. Amanhã, poucas responsabilidades e bastante diversão. Sem necessidade de dormir cedo. Sentado à frente do computador, você se lembra daquela idéia para um texto que teve na semana passada. Talvez seja hora de começar a trabalhá-la. Inteligente como se julga, vai atrás de outros textos para tentar embasar melhor o seu próprio. Tenta relê-los. Um pouco de dor de cabeça, os neurônios não funcionam direito. Talvez um pouco de jazz para massagear o cérebro. Luzes apagadas. Vinho. Miles Davis combina com vinho. Perfeito. Agora sim, aos textos. Decide mostrá-los ao amigo que horas antes estava ao seu lado em carne e osso. Começam a discutir. Logo a discussão se torna uma conversa agradável, o assunto muda. Risadas. O vinho tinto seco acaricia sua garganta e apazigua sua mente. Quanto mais ele entra, mais suscetível você fica à música, mais tem vontade de dançar sozinho, no escuro. Aquele texto sobre lutar pela sobrevida do heavy metal? Ficou para outro dia. Você está envolvido pela noite, e as idéias começam a fluir com uma suavidade etérea, quase irreal. E você as joga sobre a tela do computador. Vontade de torná-las maiores, mas ainda assim simples. Tenras.<br /><br />Após um dia estupendo, maravilhoso, sensacional, você tem a felicidade de descobrir que o melhor adjetivo que uma noite solitária pode receber é 'agradável'. Não é, sob nenhum aspecto, inferior ao dia movimentado, barulhento, carnal. Mas também não é intensa, exagerada, extravagante. É somente, e sublimemente, agradável.Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-11830421458585082382009-07-29T19:45:00.000-07:002009-07-29T20:03:19.572-07:00Ricardo Bocci e Ace 4 Trays - 24/07/09<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuE0fVCJyYDpuktXDUcTRyu26uVTcBFzXTQP6wlzriVJJ4WHvqQQlb1wAoIEBbKP32pXCrKC9MxOt0hH8U9_HlG9sEFvt_1O2gRQRXFCco9EJMHt9gF7ndBnlPv0veNoPwYumazXfYzA5w/s1600-h/bocciflyer.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 226px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuE0fVCJyYDpuktXDUcTRyu26uVTcBFzXTQP6wlzriVJJ4WHvqQQlb1wAoIEBbKP32pXCrKC9MxOt0hH8U9_HlG9sEFvt_1O2gRQRXFCco9EJMHt9gF7ndBnlPv0veNoPwYumazXfYzA5w/s320/bocciflyer.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364082582377630850" /></a><br /><br />Desde que o Viper, um dos maiores expoentes do heavy metal brasileiro do final da década de 80 até meados dos anos 90, anunciou uma pausa em suas atividades, em 2008, seu atual vocalista Ricardo Bocci (ex-Rei Lagarto) vem trabalhando e investindo em sua carreira solo. Tendo lançado há poucas semanas seu primeiro single, a épica "My Way", agora Ricardo junta um time de músicos de primeira linha, incluindo o baixista Fernando Giovanetti, do Aquaria e o baterista vindo diretamente do Japão Yuichi Nagoshi para fazer shows e divulgar seu trabalho. E a primeira apresentação do grupo na capital paulistana se deu no dia 24 de julho de 2009, uma sexta feira fria e chuvosa, no Centro Cultural São Paulo.<br /><br />Logo na chegada, um pouco de apreensão: era fraquíssimo o público que aguardava a abertura da sala Adoniran Barbosa, onde o evento seria realizado, e o quadro não se alterou muito nos momentos seguintes. Mesmo assim, os músicos não se deixaram desanimar. Pontualmente às 19h, os jovens integrantes da banda de abertura Ace 4 Trays adentraram o palco ao som de "Yesterday’s Gone", intro de seu debut, "Roll The Dice", que estava sendo lançado naquele mesmo dia, e deram início ao show.<br /><br />Mostrando um som pesadíssimo, que apresenta claras influências de bandas como Pantera e Machine Head, os rapazes passaram por cima da falta de energia do público, que, além de escasso, estava completamente desanimado e preferia permanecer sentado, e deram uma aula de presença e empolgação. Após tocar algumas composições próprias de ótima qualidade, encerraram sua apresentação com um cover bem executado de "Roots Bloody Roots", do Sepultura. Quem estava lá para ver um show de heavy metal não teve do que reclamar.<br /><br />Pouquíssimo tempo depois, após uma breve pausa para troca de equipamento, a banda de Ricardo Bocci sobe no palco e inicia sua apresentação com a já conhecida "My Way", e segue com "Miles Away", primeira composição de Ricardo no Viper, que consta no álbum "All My Life", de 2007. Em seguida, em uma pequena pausa, o frontman agradece a presença de todos e elogia a performance do Ace 4 Trays, e o show continua com "You Must Go On", canção inédita do vocalista e que segue uma linha mais cadenciada e pesada que "My Way", e tem muito potencial. Então, mais uma do "All My Life", "Rising Sun", também escrita por Ricardo, e após a nova "Taking Hell Out Of Me", anunciada pela banda como um tributo ao Megadeth, têm início os covers, com a clássica "Wasted Years", do Iron Maiden. Em seguida, mais uma inédita: "Start It Over", e o show se encerra com outros dois clássicos absolutos do mundo headbanger: "Burn", do Deep Purple, e "Eagle Fly Free", do Helloween, ambas contando com performances incríveis do baixista Fernando Giovanetti.<br /><br />No geral, a apresentação da banda de Ricardo Bocci foi muito boa. O som e a organização foram impecáveis, e os integrantes se mostraram bastante entrosados e tecnicamente muito bons e criativos, com destaque para Fernando Giovanetti nesse quesito. O set list foi inesperadamente curto, contando com apenas 9 canções, das quais, com exceção dos três covers, todas foram escritas ou co-escritas por Ricardo, um fato surpreendente para aqueles que esperavam ouvir clássicos do Viper, como "Living For The Night" e "Rebel Maniac". As novas músicas próprias apresentadas pela banda são realmente muito boas e, de uma forma geral, seguem uma linha um pouco mais lenta, mais pesada e, porque não dizer, mais criativa que "My Way". Ao final do show, antes de dar atenção aos fãs, o frontman anunciou que seu primeiro álbum solo deve ser lançado até o final de 2009, e devo dizer que o projeto realmente tem futuro se seguir a linha dessas novas canções apresentadas.<br /><br />Enfim, apesar do escasso e enfraquecido público, o que se presenciou no Centro Cultural São Paulo foi um ótimo evento de heavy metal, que celebrou o início para duas bandas que têm potencial para se tornarem novos expoentes do metal brasileiro mundo afora.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Esse texto foi originalmente publicado no portal <a href="http://www.whiplash.net">Whiplash!</a>. Para mais material de minha autoria, acesse <a href="http://whiplash.net/autores/victoryagocamilo.html">esta página.</a> ;)</span>Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-61800697433828912172009-06-25T14:09:00.001-07:002009-06-25T19:06:01.135-07:00Música do dia: All That I Bleed (Savatage)Inaugurando a primeira sessão periódica do blog, a música de hoje chama-se All That I Bleed, e é um dos maiores clássicos da minha banda favorita, o Savatage (Segundo dia de blog e seus leitores já não agüentam mais ouvir falar nessa banda. Controle-se, Victor ¬¬). Enfim, algum dia eu conto a minha história com o <a href="http://www.savatage.com/">Savatage</a>, e aproveito para falar um pouco da própria história deles. Por hora, ficaremos só em 1993, um dos anos mais importantes da história da banda, ano em que foi lançado o álbum Edge Of Thorns...<br /><br />-Coro angelical para dar as devidas saudações ao álbum clássico, por favor:<br /><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.hscdsb.on.ca/UserFiles/Image/misc/HolyAngels.jpg"><img style="cursor: pointer; width: 268px; height: 308px;" src="http://www.hscdsb.on.ca/UserFiles/Image/misc/HolyAngels.jpg" alt="" border="0" /></a><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-style: italic;">*OOOOOOOOOOHHHHHH!*</span><br /></div><br />Ok, voltando à programação normal.<br />Em 1993, <a href="http://www.jonoliva.net/">Jon Oliva</a>, fundador e vocalista da banda até então, anunciava sua saída do <a href="http://www.savatage.com/">Savatage</a>, alegando dois motivos principais: Primeiro, dizia estar sofrendo com alguns problemas na voz. Segundo, dono de um timbre pesado e agressivo, defendia a entrada de um cantor com uma voz mais suave e melodiosa na banda, de modo que ela pudesse ter maior sucesso comercial. Ele cede, assim, seu posto ao jovem novato <a href="http://www.circle2circle.net/">Zachary Stevens</a>, e passa a atuar apenas como compositor e produtor.<br /><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.jonoliva.net/"><img style="cursor: pointer; width: 220px; height: 330px;" src="http://www.tvrock.com.br/new/imagens/img_1593_4211.jpg" alt="" border="0" /></a><a href="http://www.jonoliva.net/"><br /></a><span style="font-style: italic;"><a href="http://www.jonoliva.net/">Jon Oliva </a>has never ceased pulling the strings</span><br /></div><br />Com a entrada de <a href="http://www.circle2circle.net/">Zak</a> na banda, o <a href="http://www.savatage.com/">Savatage</a> lança <a href="http://www.youtube.com/watch?v=GDVoajxYdWI">Edge of Thorns</a>, seu 8º álbum de estúdio, que incluia grandes momentos como os singles Sleep, a auto intitulada <a href="http://www.youtube.com/watch?v=GDVoajxYdWI">Edge Of Thorns</a>, e, claro, a magnífica balada All That I Bleed, e a banda segue, fazendo shows pelo mundo inteiro, atingindo um enorme sucesso entre seus fãs, ate que uma tragédia os acomete: no dia 17 de outubro de 1993, Criss Oliva, irmão mais novo de Jon, guitarrista e cofundador da banda, morre, em um acidente automobilístico, o que foi certamente um baque para a banda e para os fãs. Pouco tempo depois, Jon volta a fazer shows com o Savatage, assumindo o posto de tecladista e eventualmente fazendo duetos com Zak.<br /><br />E desde então, sempre que All That I Bleed, que foi a última música escrita por Criss, é tocada ao vivo, a banda a dedica a ele, <span style="font-style: italic;">'cause this is his song</span>. Enjoy. ; )<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/On1QYgA6Zmc&hl=pt-br&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/On1QYgA6Zmc&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-14789290065288870962009-06-25T09:23:00.000-07:002009-06-25T11:02:40.615-07:00Acordes e palavras<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://farm1.static.flickr.com/88/220210398_1f539227b1.jpg?v=0"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 401px; height: 471px;" src="http://farm1.static.flickr.com/88/220210398_1f539227b1.jpg?v=0" border="0" alt="" /></a><br />Fazer uma música é algo curioso, e com a pequena experiência que tenho no assunto, devo dizer que é algo que tem de ser livre, solto, desprovido de qualquer senso de obrigação, de qualquer rigor teórico ou técnico. É legal perceber como você aos poucos vai se expressando, mesmo sem perceber.<br /><br />Às vezes, eu começo por alguma idéia que dê origem a uma imagem poética. Penso na força que uma palavra pode ter, na importância de certos momentos, ou mesmo em simples detalhes e impressões captados ao longo do dia-a-dia. Um cheiro, uma imagem, um som, uma idéia, algum sentimento indefinido. Tudo isso tem potencial para ficar lá no fundo, guardado, esperando a sua vez de virar música.<br /><br />Outras vezes, posso simplesmente ficar brincando com meu violão, viajando, tentando manter a cabeça vazia, tentando fazer com que ela não guie minhas mãos, e tentando fazer com que permaneça o mais impressionável possível por todo e qualquer som que saia do instrumento. <br /><br />Começo dedilhando um Ré maior, encaixo um Mi aqui, um Sol ali, repito, Sol maior, e por que não testar um Si menor entre os outros acordes? Mais um Lá menor aqui e... de repente toda essa progressão de notas e acordes me faz lembrar de uma tarde distante, fria e estranha, em que, ao olhar pela janela, me impressionei com formas majestosas esculpidas nas nuvens. E de repente essa lembrança se torna uma só com aquilo que minhas mãos, inconscientes, insistem em tocar pela escala do violão.<br /><br />A música recém trazida ao mundo se torna uma trilha sonora para a minha lembrança, e aos poucos começo a sentir uma ânsia por palavras. Um papel, um lápis, sempre à mão. E a canção se constrói sozinha. E quando ela se recusa a vir? Às vezes, é claro, as palavras insistem em querer ficar ocultas, os pensamentos e sentimentos não querem fluir, ou a música em si simplesmente soa feia, estranha, seca. Então, eu não tento extraí-los à força. Não quero usar palavras, notas ou sentimentos impostores e correr o risco de os verdadeiros não aparecerem nunca mais. Simplesmente os deixo em paz, pois quando a canção quiser vir ao mundo, ela o fará sozinha, só tendo o trabalho de usar minhas mãos.Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4473178932513167754.post-73882161099894913512009-06-24T15:29:00.000-07:002009-06-24T16:21:23.580-07:00Testing, testing... Anybody out there?<span style="font-family:arial;">Hell yeah, here I am! :D</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Então, é, eu, ehr... sabe...?</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">*cri, cri, cri, cri, cri* - grilos... cricrilam, o cachorro do vizinho late insistentemente. "CALA A BOCA, REX!", ele grita. E não faz idéia do favor que faz à humanidade.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Legal, legal. Criei um blog. Gastei toda a minha energia acumulada em uma soneca de tarde de quarta feira pra ajustar o tamanho daquela imagem que vocês vêem logo ali /\, e não sei o que raios eu vim fazer aqui. Porcaria, né?</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Não quero começar me apresentando. Vai que eu me empolgo e acabo falando logo no primeiro post tudo o que eu pretendo usar ao longo da vida desse blog, né?</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Por hora, saibam só que meu nome é Victor, sou de São Paulo e que eu assumi o "pseudônimo" de auroch. Mas o que é um auroch, e por que raios eu decidi me chamar assim? Cenas para os próximos capítulos. :D</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Então, sejam Welcome, pelas bençãos da melhor banda do mundo, the all mighty </span><a style="font-family: arial;" href="http://www.savatage.com/">Savatage</a><span style="font-family:arial;">! ò.ó!</span><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/7Cy0TwKA2J0&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/7Cy0TwKA2J0&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Victor Yago Camilohttp://www.blogger.com/profile/16257688664231297773noreply@blogger.com1